SEMANA DO SONO 2020
Você sabia que cientistas descobriram um novo tratamento revolucionário que fará você viver por mais tempo? Que melhora a memória e o torna mais criativo. Deixa você mais atraente, o mantém magro e reduz o desejo por comida. Protege contra o câncer e a demência. Diminui o risco de sofrer ataques cardíacos e derrame cerebral, sem falar do diabetes. Você se sentirá mais feliz, menos deprimido e menos ansioso (parafraseando o cientista Matthew Walker). Estaria interessado? Pois saiba que este tratamento está ao alcance de todos e gratuitamente! Dormir bem e com regularidade! E para conscientizar de todas as vantagens do sono para a saúde física e mental, os especialistas da Associação Brasileira do Sono (ABS) promovem de 13 a 19 de março a Semana do Sono 2020, com o slogan “Sono e sonhos melhores para um mundo melhor”.
O sono reparador é essencial para um envelhecimento saudável, livre de doenças neurodegenerativas, como o Mal de Alzheimer. O sono insuficiente está relacionado a um risco maior de morte prematura, além de afetar o desempenho intelectual, o humor, a memória e o controle do peso corporal, a insuficiência de sono pode reduzir a imunidade e aumentar o risco de doenças como diabetes, hipertensão arterial, obesidade e depressão. O médico otorrinolaringologista, especialista em Medicina do Sono e colunista do Jornal do Rebouças, Fernando César Mariano cita que muitas empresas já perceberam que é importante zelar também pela saúde mental e do sono dos seus colaboradores. “Há um aumento de acidentes de trabalho, além de acidentes de trânsito, em trabalhadores fadigados. Eles diminuem a produtividade, com uma taxa maior de absenteísmo (afastamento por doença) e presenteísmo, quando eles vão trabalhar, mas com atenção e raciocínio reduzidos.”
Mas vivemos em uma sociedade 24/7, com um estilo de vida ansioso, repleta de estímulos sonoros, visuais e eletrônicos que competem com o sono. Desacelerar antes de ir para cama é fundamental, seja com meditação, oração ou outro relaxamento. 45% dos brasileiros referem algum problema de sono e estes dados foram confirmados a partir das respostas dos nossos leitores do Jornal do Rebouças, em nossa pesquisa intitulada “Como Anda seu Sono” e realizada neste último mês de fevereiro. Dr Mariano argumenta que “nunca dormimos tão pouco e tão mal: a média de horas de sono atual é de 6horas e 30min, 2 horas a menos que na década de 1990 e as queixas de insatisfação com a qualidade do sono só aumentam”.
O médico esclarece que os distúrbios mais comuns são a Insônia (cerca de 35% da população e é mais comum nas mulheres) e a Apneia Obstrutiva do Sono (de 33 a 35% da população brasileira, com predominância em homens) e ressalta que a necessidade de horas de sono é muito variável de pessoa para pessoa: “devemos respeitar a necessidade individual”. Dos 6 aos 12 anos (idade escolar) a média é de 9 a 11 horas por dia. Dos 3 aos 5 anos de idade (chamados de idade pré-escolar) o número de horas de sono é de 13 a 15 horas com períodos de cochilos durante o dia. A adolescência é caracterizada por uma situação especial e passageira de mudanças no padrão de sono, com a necessidade de sono de 8 a 10 horas. Nesta fase da vida existe um atraso de fase do sono, no qual o adolescente apresenta a tendência a dormir mais tarde e acordar mais tarde. Na vida adulta, a necessidade de sono da maioria da população varia de 7 a 9 horas, sendo a média de 8 horas, com uma queda nas horas para os idoso (6 a 7horas).
Um quarto escuro, silencioso e calmo, com o celular desligado 45 min antes de ir para cama, já é um ótimo começo para um sono saudável. E quais são os sinais de que o sono não é reparador e alertar a necessidade de se procurar um especialista em Medicina do sono?
- Queixas de muitas noites mal dormidas
- Sonolência diurna excessiva
- Mau humor
- Sensação de exaustão
- Problemas de memória
- Dificuldades de aprendizado
- Queda no desempenho escolar, acadêmico ou profissional
- Deitar-se na cama e não conseguir dormir. Crianças devem adormecer em até 15 minutos. Adolescentes e adultos, em 30 minutos.
Despertar de madrugada e não conseguir dormir mais ou acordar várias vezes: pessoas com reclamações desse tipo podem ser encaminhadas para uma polissonografia, exame que avalia a qualidade do sono