COLUNA DO MÊS DE MAIO 2019 – “MAIO AMARELO” conscientização dos acidentes de trânsito
Fatores humanos estão envolvidos em 93% dos acidentes de trânsito. As pesquisas mostram que a fadiga física e mental, restrição de sono e situações de monotonia aumentam a sonolência em motoristas, a tal ponto que podemos afirmar que dirigir sonolento é tão ou mais perigoso que dirigir sob o efeito de álcool! Dezenove horas sem dormir equivalem a 6 copos de cerveja ou 3 copos de vinho para um homem de 90kg. Vinte e quatro horas sem dormir equivalem a 12 copos de cerveja ou 6 copos de vinho! Some-se à restrição de horas, a presença de doenças do sono que causam fragmentação e diminuição da sua qualidade, como a apneia do sono. Excesso de velocidade e imprudência, uso de drogas, más condições das estradas e falta de manutenção veicular são outros fatores agravantes. Há leis rígidas para punir motoristas que dirigem alcoolizados, mas não para aqueles que dirigem privados de sono e pequenos lapsos de atenção em episódios de microsono podem ser fatais!
Pesquisas nacionais registram cerca de 17 a 19% das mortes nas estradas porque algum motorista dormiu enquanto dirigia; 6.421,32 mortes/anuais no trânsito relacionadas a sonolência ao volante – cerca de 17,60 óbitos/dia; um custo/ano de R$ 704.476.595,88 (setecentos e quatro milhões, quatrocentos setenta e seis mil e quinhentos e noventa e cinco reais e oitenta e oito centavos) para a sociedade brasileira.
O ser humano tem susceptibilidade a 2 períodos de maior sonolência ao longo das 24 horas, acompanhando as variações da nossa temperatura corporal. Geralmente, a nossa temperatura corporal tem uma diminuição muito grande (eficiência no trabalho também) no período da noite, a partir das 22h caindo progressivamente até as 4h30min da manhã. Ela aumenta a partir das 6h da manhã, com um pico por volta de 12h. Logo depois, das 12h até às 14h ela vai reduzir novamente e é por isso que surge uma sonolência depois do almoço. Em resumo, entre 03-05h temos o mínimo de temperatura, máximo de sonolência e pior desempenho mental e físico; entre 13-15h aumento da sonolência diurna e dificuldade para ficar alerta e as taxas de acidentes aumentam nestes horários.
Sabe-se que o débito agudo de sono (menos que 7h/noite) compromete a concentração, humor, tempo de reação, vigilância, motivação, memória, julgamento, entre outras funções. A piora no desempenho se acentua com restrição crônica do sono. Esta privação aumenta o tempo de reação, prejudica os reflexos, leva a lapsos de atenção e diminui a habilidade motora fina, todos essenciais para uma direção segura e não adianta dirigir com o som alto, vidros abertos e vento no rosto. Fica a dica: respeite sua necessidade de dormir e não dê carona à sonolência!