DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS E O SONO

 

Caro leitor, você já parou para pensar no quanto os eletrônicos fazem parte da sua vida? E no quanto podem interferir no seu sono? A tecnologia já faz parte do nosso cotidiano, ainda mais intensamente, nesta pandemia da COVID19: a situação que vivemos agora é inédita e muda todas as nossas perspectivas e, as famílias, de repente, precisaram encontrar uma nova forma de viver, conciliando a educação em casa, com o trabalho e os cuidados com as crianças em tempo integral. A demanda por dados de internet aumentou muito neste período.

Os eletrônicos influenciam no seu sono por três motivos: diminuem o tempo total de sono, aumentam seu grau de estímulo mental e físico e comprometem a produção da melatonina. E os prejuízos são maiores para as crianças e adolescentes, que estão em fase de maturação e desenvolvimento neurológico. Veja que estarrecedor: pesquisas vincularam a mera presença de dispositivos eletrônicos (DEs) no quarto a horários de dormir mais tarde, menos tempo na cama, menor duração do sono e sonolência diurna, levando a recomendação generalizada de que os DEs sejam removidos do quarto! O uso da tecnologia noturna também está relacionado ao impacto funcional, incluindo aumento do comportamento sedentário, baixa qualidade subjetiva do sono, maior consumo de cafeína e obesidade.

Além de diminuir o número de horas de sono (“competidor com o sono”), os DEs têm o potencial de aumentar o estado de alerta e de ansiedade, aumentando o engajamento com notícias, a busca por gratificações, por pontos no videogame ou “likes”. O sono será mais fragmentado e menos restaurador, quando finalmente a pessoa for dormir. Por fim, a luz azul típica da maioria dos DEs é sabidamente um inibidor da secreção do hormônio melatonina – a substância que ajuda na indução do sono e é secretada naturalmente no período noturno, com a escuridão.

Portanto, reserve seu quarto apenas para dormir e não o use para trabalhar ou usar eletrônicos e desligue seu smartphone 45min antes de ir para cama. Para as crianças e adolescentes: Evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, sem necessidade (nem passivamente!) • Crianças com idades entre 2 e 5 anos, limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora/dia, sempre com supervisão de pais/cuidadores/ responsáveis. • Crianças com idades entre 6 e 10 anos, limitar o tempo de telas ao máximo de 1-2 horas/dia, sempre com supervisão de pais/responsáveis. • Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar 1-2 horas antes de dormir. • Oferecer alternativas para atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável.

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