Tontura

TONTURA

No dia 22 de abril, todo ano, é celebrado o Dia da Tontura. Criado pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), o “Dia da Tontura – Pare de falar labirintite” tem como objetivo principal incentivar as pessoas a obter um diagnóstico e tratamento corretos em relação à tontura.

A mesma palavra “tontura” é frequentemente usada por pacientes para significados diferentes: a) sensação de que tudo gira, b) sensação de desmaio iminente ou c) desequilíbrio, incapacidade de andar direito. Apesar da mesma palavra, “tontura”, são situações completamente diferentes, com causas diversas, podendo ser problemas neurológicos, cardiovasculares ou psiquiátricos, ou seja, sem relação necessariamente com o labirinto.

O labirinto é um órgão sensorial que detecta os movimentos que fazemos e está situado internamente no ouvido, fazendo parte de um sistema do corpo chamado sistema vestibular.

Muitas vezes, as pessoas recebem o diagnóstico de labirintite como se houvesse uma única entidade causadora desses sintomas. Labirintite é uma das palavras que existem, porém, significa a inflamação do Labirinto e é raríssima. Quase nunca é o nome correto do problema que a pessoa acha (ou que o médico disse) que tem. A Labirintite verdadeira não está nem entre as dez causas mais frequentes de visita aos consultórios dos otorrinolaringologistas, nem mesmo dos que se dedicam à Otoneurologia, que é a subárea específica desses problemas.

Há diversas doenças diferentes do labirinto e/ou do sistema vestibular e cada uma delas têm seu tratamento específico, sendo que algumas, inclusive, não são tratadas com remédios. As mais comuns são a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), a doença de Menière e a enxaqueca vestibular. O tipo de tontura nessas situações é a do tipo “rotatória”, em que a pessoa se sente girando no ambiente ou tem a impressão de que o ambiente está se movendo. Chamamos isso de vertigem e é muito comum a presença de sintomas concomitantes como náuseas, vômitos, sudorese, palpitações e zumbido/plenitude em ouvidos.

É verdade que muitas alterações no metabolismo, como o dos açúcares (diabetes, intolerância à glicose), hipertensão arterial sistêmica e outras doenças como sífilis podem interferir no labirinto e precisam ser controladas. Errado é chamar qualquer tontura de “labirintite”, pois causa a impressão falsa de que só há uma doença que a provoca, além de levar ao uso inadequado de medicamentos que podem até piorar o quadro. Por isso, se você recebeu esse diagnóstico ou conhece alguém que recebeu, é importante procurar um especialista (em geral otorrinolaringologista) que se dedique à Otoneurologia.

 

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